quarta-feira, 30 de abril de 2014

" Descobrindo a cultura e a história dos povos indígenas do Brasil"

                                    
 Projeto  Pedagógico Interdisciplinar
  
   
     Turmas:  1º ao 5º ano  -  Ensino Fundamental  I      
     Período:  01 semana  -  Mês de abril 
       

     Componentes curriculares: Português, Matemática, História, Ciências, Artes,
                                                     Educação  Física
  

 JUSTIFICATIVA

Há mais de 500 anos, os portugueses chegaram ao litoral brasileiro, dando início a um processo de domínio e colonização, levando á extinção de muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja pelo uso das armas e da força, ou em decorrência do contágio por doenças trazidas de outros países, ou ainda, pela aplicação de políticas visando a assimilação dos índios à  nova sociedade que estava sendo implantada, nos moldes da sociedade européia e gradativamente foram estabelecendo-se nas terras que eram ocupadas pelos povos indígenas, exterminando quase toda a população indígena e sua cultura.
E, visando conhecer e valorizar mais os povos indígenas e sua cultura, da qual herdamos muito, que  este projeto foi elaborado,  afim de que através de  estudos e pesquisas os alunos possam obter novas informações,descobrir novas verdades e construir novos saberes.


METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido através de pesquisas com uso de mídias, debates, confecção de murais e maquetes, exposição dos itens pesquisados e apresentações de danças, canções, poesias, dramatizações e capacitação dos professores.

                                                                 

                                                             
OBJETIVOS                                             
  
Objetivos gerais
Proporcionar aos alunos oportunidade de conhecer a cultura e os diversos povos indígenas do Brasil e sua influência em nossos costumes e tradições.

Buscar desenvolver nos alunos o pensamento e entendimento da importância da população indígena brasileira para a formação de nossa sociedade.

Aprimorar os conhecimentos relativos ás populações indígenas e sua evolução.

Trabalhar de forma interdisciplinar, buscando o desenvolvimento do aluno nas várias disciplinas, trazendo um conhecimento amplo sobre a temática indígena.

Objetivos específicos
Pesquisar sobre a influência indígena em nossa cultura.
Demonstrar, através de mapas, os agrupamentos e reservas indígenas.
Organizar um Cantinho Indígena para expor os materiais pesquisados sobre os povos   indígenas.
Descobrir pratos da culinária indígena usados na culinária brasileira.
Analisar com os alunos a atual situação indígena e questionar se a mesma pode ser mudada e de que forma.
Confeccionar um mural ilustrado com palavras indígenas.
Elaborar cartazes com os seguintes itens: lendas, artesanatos, vestuário, atividades, moradias, tipos de comida indígenas.
Confeccionar maquetes enfatizando a cultura indígena
Realizar apresentações de danças, poesias, dramatizações e canções relacionadas ao tema.


DESENVOLVIMENTO                                       
                                              
                                    
                              
O projeto será desenvolvido em três etapas.

Primeira etapa -  Capacitação dos professores

Promover uma reunião pedagógica com os professores das turmas envolvidas no projeto (1 º ao 5º ano) , para apresentação do assunto e familiarização do professor com o tema, com sugestões de fontes de pesquisa para preparação das aulas e utilização nas aulas, como  vídeos, sites e etc.,e fazendo com eles um mini curso.

Segunda  etapa – Fase teórica

Durante o período do projeto todos os professores deverão ministrar aulas abordando os seguintes temas relacionados com os povos indígenas e sua cultura:

Português: Reportagens em jornais, internet e revistas para leitura e análise, lendas e línguas dos povos indígenas.

Matemática: Coletar e comparar dados estatísticos relativos a população indígena na atualidade e no período da colonização.

História: Chegada dos portugueses, os povos e a organização social e cultural indígena.

Geografia: Localização da população indígena no território brasileiro atualmente e no período da colonização.

Artes: Pintura  e arte indígena.

Ciências: Medicina alternativa ( conhecimento indígena das plantas),
                Culinária indígena
Educação Física: Jogos indígenas


Terceira etapa  -  Fase prática

Culminância  - Apresentação cultural

Cada turma fica com uma disciplina para a apresentação na culminância.

O que será apresentado por cada turma na culminância do projeto:

Português: Painel com lendas, notícias sobre temas  indígenas.

Matemática: Cartazes comparativos sobre a população indígena.

História: Teatro ( Chegada dos portugueses e o contato com os índios).

Geografia: Confecção de mapas das reservas indígenas existentes no Brasil.

Artes: Pintura corporal e mosaico da arte indígena.

Educação Física: Escolher um dos jogos/brincadeiras indígenas  para apresentar.

Ciências: Mural com receitas medicinais indígenas.
                 Degustação de comidas indígenas  
                                          

 AVALIAÇÃO
Deverá ser feita no decorrer da execução  e na  culminância do projeto  durante e após a execução das atividades.


BIBLIOGRAFIA


  
ANEXO

Sugestão fonte de pesquisa para elaboração das aulas e atividades:



                                     




Contribuição : Andréia de Souza Werner

Wuyeipi wuyxi ibuyxiat: Nossa terra, nossa mãe, devemos respeitá-la*

A relação dos povos indígenas com a terra é sagrada e isso não é diferente para os povos Munduruku. Encontrados nos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso, os Munduruku se concentram às margens dos rios, por conta da navegação. Entre eles, podemos falar dos afluentes do Rio Tapajós, aonde se originou a tribo. Dados levantados pela FUNASA em 2010 revelam que os Munduruku compõem atualmente uma população de 11.620 pessoas distribuídas em 11 terras demarcadas. Segundo as histórias repassadas de geração em geração, o nome Munduruku foi dado por uma tribo rival, que vivia próximo ao Tapajós, e significa “formigas vermelhas”. Essa denominação fazia referência à forma de ataque em massa utilizado pela tribo.

Foto: Luis Fernando Sadek, 1989
Os primeiros contatos que se tem registro com a tribo datam da segunda metade do século XVIII que, já nessa época, era conhecida por seu caráter marcial. Mas, apesar do forte poder bélico, foram dominados pelos portugueses depois de um acordo de paz, no final do mesmo século, quando foram colocados em aldeamentos missionários. Contudo, essas missões não conseguiram um avanço significativo na conversão dos MunduruKu, pois estes são extremamente ligados à sua religião tradicional. Hoje, as missões têm contribuído no processo de demarcação e proteção da terra, assim como têm apoiado os Munduruku na luta por outros direitos.

Foto: Ruy Sposati/Cimi
Das 11 terras habitadas pelos Munduruku, três aguardam homologação de suas demarcações. Apesar deste número ser relativamente pequeno, as populações Munduruku sofrem hoje com os projetos de hidrelétricas, pesquisa e lavra mineral do seu subsolo, que em todos os casos incluem parte de suas terras.  Nesta última semana de abril, Mundurukus da aldeia Sai Cinza queimaram a proposta do governo federal de consulta prévia sobre a construção das hidrelétricas de São Luiz do Tapajós e Jatobá. O governo recusou a se reunir com cerca de 200 lideranças em assembleia no dia 25/04/2014, na mesma aldeia. Jairo Saw, vice-cacique geral do povo Munduruku, afirmou que: “Nós temos que ser consultados antes” (...) “E somos nós que temos que dizer como deve ser essa consulta. Precisa ter uma lei que diga como vai ser a consulta antes dela ser feita, e antes de qualquer estudo de barragem ser feito”. Nesse mesmo dia, os Munduruku resolveram marcar uma audiência, em suas terras, para dialogar com o governo. No vídeo a seguir, a carta é lida e apresentada na integra:



“Para nós tudo é sagrado. Tanto o rio, a terra, o vento, o fogo, a floresta. Tudo é sagrado. Então, quando o governo diz que vai fazer alguma coisa na nossa terra, dói no nosso coração, porque a gente faz parte de tudo isso.” Diante dessas palavras do integrante dos Munduruku Kabaiwun Kaba, ver as intransigências por parte do governo federal é revoltante. Por isso, enquanto cidadãos e ocupantes dessas terras que antes foram de tribos indígenas, devemos não só defender o direito dessas populações a mesma, como também divulgar e cobrar do governo os abusos cometidos em prol de um “desenvolvimento”.

Fontes:
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/munduruku Acesso em: 29/04/2014
http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJA63EBC0EITEMID60FC4333F60C4EAAA1E429ED4C2D9F8DPTBRNN.htm Acesso em: 29/04/2014
http://6ccr.pgr.mpf.mp.br/sobras/clipping_noticias/29_04_2013/munduruku-indigenas-queimam-201cproposta201d-do-governo-federal-sobre-consulta-previa/?searchterm=munduruku Acesso em: 29/04/2014
http://www.cimi.org.br/site/pt-br/index.php?system=news&action=read&id=7478 Acesso em: 29/04/2014
Imagens: http://img.socioambiental.org/v/publico/munduruku/ Acesso em: 29/04/2014

*Nome dado ao Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) das Terras Indígenas Munduruku e Sai-Cinza, durante o Seminário Geral de Mobilização e Planejamento, realizado nos dias 9 e 10 de outubro de 2013, na aldeia de Sai-Cinza, município de Jacareacanga/PA.

Postado por: Vanessa Lourenço

terça-feira, 22 de abril de 2014

Projeto pedagógico Abordagem da Temática Ind[igena na Escola

Projeto pedagógico de como abordar a temática indígena na escola


Transformando a Realidade: Projeto Pedagógico de Abordagem das Culturas e História dos Povos Indígenas
 Temática: Indígena na Escola
Nome da Escola Municipal Benício dos Reis
 Público alvo: Alunos do 2º ano – Ensino Médio
Duração: um (o1) ano - 30 aulas
Matéria: Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Redação
Justificativa: Educar para o respeito à diversidade sócio cultural e maior compreensão no diálogo dessa construção, transportando, assim, a realidade cultural distante para um conhecimento real palpável.
Objetivo Geral:
 Conhecer realidades culturais estranhas ao conhecimento diário da “sociedade convencional” proporcionando espaço de convivência multicultural.
Objetivos Específicos:
. Viabilizar um conhecimento mais  real e amplo quanto à realidade indígena;
. Identificar  técnicas de abordagens comunicativas de entrosamento cultural;
.Debater conceitos e atritos existentes entre as diferenças culturais e quanto à visão do diferente;
. Reconhecer o diferente, passível de uma convivência multicultural;
Redigir um texto ilustrado, que possibilite mostrar um conhecimento real e aprofundado da diversidade cultural.
Distribuição de aulas e Interação disciplinar:
Março: 03 aulas
. Aula inaugural – apresentar a proposta de trabalho para o ano letivo; em seguida,  palestra sobre o tema com convites extensivos a professores de Geografia, História, Filosofia e Artes; Diretores, Coordenadores e Supervisores da Escola.
. Visita ao Museu do Índio “Antônio Adauto Leite”; distribuição de textos ilustrativos da temática indígena;
. Levantamento do tema e do título do trabalho proposto em equipes para ao ano letivo; escolha de abordagens da faceta escolhida na temática indígena;


Abril: 05 aulas
. Pesquisa da contribuição de palavras de origem indígena na formação da Língua Portuguesa no Brasil;
.Romantismo Brasileiro – Fase Indianista
.Poesias de Gonçalves Dias Fase Indianista Dramatização da ”Canção do Tamoio”
. Reescrevendo Gonçalves Dias, fase indianista;
.Sarau: Comemoração 19 de abril - Temática Indígena - Dramatização “A Canção do Tamoio”
Interação com professor de artes: Apresentação de artesanato em argila/cerâmica e artefatos ornamentais indígenas
Sala Ambiente, música e vídeos pertinentes ao tema

Maio: 04 aulas
. Pesquisa sobre a estrutura morfo- sintática dos diferentes grupos indígenas, bem como suas capacidades de transmissão oral do conhecimento
.Contribuição de palavras ao Léxico brasileiro (continuação da atividade iniciada no mês de abril);
. Proposta de leitura em prosa – José  de Alencar – Fase Indianista;
. GVGO – Tema Índio imaginário X Índio real

Junho: 04 aulas
. apresentação de vídeos – Índios nos diferentes países;
.Música e Culinária indígena (degustação);
.Pesquisa sobre remanescentes da cultura indígena na região
. Visita

Julho: 02 aulas
. Revisão do 1º Semestre;
. Avaliação dos trabalhos realizados no 1º semestre.

Agosto: 03 aulas
. Religiosidade,  Lendas e Folclore indígena;
. Presença do Pajé e do Feiticeiro tribal;
. Proposta de escrita: Um livro ilustrado em quadrinhos, preferencialmente, para o público infantil. Cada equipe apresentará uma faceta da cultura indígena.

Setembro: 03 aulas
.Reavaliando o índio, suas posturas e contribuição cultural no decorrer dos 514 anos de convivência no Brasil;
.Iniciando o livro;
. Organização e distribuição das contribuições dos membros das equipes.

Outubro: 02 aulas
Viabilização de material que ampliem maior conhecimento para a concretização do livro;
. Concretização do livro, proposto em agosto.

Novembro: 03 aulas
. Fase final – revisão dos livros;
. Apresentação do projeto editorial à comunidade local;
Avaliação da sessão de apresentação.

Dezembro 01 aula
. Avaliação do trabalho anual. Registro dos pontos negativos e positivos do projeto proposto
Glícia Maria Sant’Ana Cronemberger

domingo, 6 de abril de 2014

UNIVERSIDADE E DIVERSIDADE CULTURAL



O Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS-MG, visita a aldeia Xukuru-Kariri em Caldas-MG.

Visita: Aldeia Indígena Xukuru-Kariri

Os objetivos propostos foram alcançados ao visitarmos a realidade social dos índios Xukuru-Kariri. Foi possível identificar elementos para a consolidação do Planejamento Interdisciplinar por curso (PIC), o qual trata-se da temática geral “Pluralidade Cultural” por parte de alguns grupos de trabalho, em especial do 4º período, no que refere aos projetos intitulados: Políticas Públicas voltados para os índios, a exemplo da necessidade de implantação do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), através do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Segue depoimentos dos alunos a respeito da visita realizada:
“No primeiro instante a maioria dos estudantes de Serviço Social teve a impressão que não seria uma visita legal à aldeia, devido eles não ter oca e residir em casas de tijolos, mas ao conhecer a realidade daquele povo pode notar que as casas são simples e eles humildes demais.
Ao chegar nos deparamos com o Cacique, já a nossa espera e logo fomos convidados a estar fazendo uma caminhada até a mata, onde os restantes dos grupos da aldeia estariam lá pra fazer uma apresentação.
Chegando à mata todos estavam vestidos a caráter, com o corpo todo pintados e prontos para a apresentação.
Começaram com uma dança indígena, linda e interessante por sinal, logo, em seguida o Cacique, falou um pouco conosco sobre a cultura de seu povo, onde tudo começou com o descobrimento do Brasil, onde ele conta que não foi descobrimento e sim invasão das terras brasileiras, pudemos perceber em suas falas que a mágoa ainda existe para eles, por seus familiares antepassados terem sido vítimas dessa invasão de terras e parte de seus povos terem sido escravizados, ele relatou também que o índio e o negro ainda continuam sendo discriminados  em nossa sociedade, não tendo um apoio moral, cultural e muito menos material.
O cacique nos passou o quanto é importante você conhecer e respeitar as várias culturas que existe no mundo. O filho do Cacique deu uma participação nos mostrando como fala na língua indígena, ou seja, tivemos um momento histórico e cultural dessa gente.
Na cultura deles não há nenhum problema em casar com outras pessoas de diferentes culturas, porque o amor não escolhe o importante para eles é a voz do coração, embora tiver a mistura de raças, mas o que não pode é estar participando dos rituais feitos na aldeia”.
Hoje o povo indígena Xucuru - Kariri corresponde em 30 famílias dividindo elas em outros estados. Dentro da mata, onde foi feito a apresentação das danças nos traz um ar leve, diferente do que estamos acostumados na cidade, traz também uma sensação de paz e tranqüilidade, de estarmos totalmente em sintonia com a natureza. Na aldeia tem um posto de saúde, onde os médicos atendem uma vez por semana, também tem escola no qual os professores que dão aulas são de lá mesmo.
O artesanato é admirável, pois é tudo feito com de materiais extraído de suas próprias terras. A mídia nos passa que os índios são pessoas mal educadas que só pensam em violência, em invadir terras alheias, mas isso não é verdade, eles possuem uma cultura bem diferente da nossa e muito bela, eles são pessoas normais que possuem seus deveres e necessidades, lutando sempre pelos seus direitos iguais a qualquer outra pessoa, pois existem várias pessoas no mundo de diferentes culturas e tradição e por isso deve ser respeitada”.

Breve Histórico: Tribo Xucuru Kariri

Os índios da tribo Xucuru- Kariri tiveram sua denominação a cerca de 100 anos, esse nome é recorrente, pois deriva de duas tribos, Xucuru e Kariri, se localizavam em Alagoas perto dos Estados dá Bahia e do Maranhão. Atualmente alguns descendentes da tribo se localizam em Caldas, (MG), bem antes de virem para Minas situavam-se no município de Palmeira dos Índios em Alagoas, ao todo são 35 famílias e tomaram posse da terra em 2001.

Histórico do contato

O primeiro contato do homem branco com os Xukuru Kariri foi pelos jesuítas, as margens do rio São Francisco, com a expulsão o jesuítas em 1759 a aldeia passou para a orientação de missionários, mas no século XIX o Império passa a não considerá-los como população originaria, alegando a inexistência de índios de raça primitiva, pela mistura entre índios e brancos, acabaram sendo extintos em 17 de julho de 1873, tem-se registros de desde a visita do imperador Pedro II nada se foi doado a tribo.
Parte dessas terras ficou com o Estado e o Império, mas 1978 as terras da Fazenda Modelo administradas pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF),
são reconhecidas como há dos Xucuru Kariri e a mesma é ocupada com alegação de direito memorial das terras, a posse da terra indígena foi regulamentada em 1993.
Sua língua ainda é preservada, matem seu idioma e suas expressões mágicas e o ritual o Ouricuri, hoje de acordo com os dados da FUNAI, em 1997 a população Xucuru Kariri estimava-se em um numero de 1.500 pessoas, mas também há uma proporção de integrantes na tribo, que varia de 1.700. Os Xukuru Kariri consideram integrante da tribo aquele pai ou mãe descendentes, ou quando casa-se com um integrante da tribo ou pessoa é apenas conhecedor do Ouricuri já é pertencente do grupo.
A área ocupada pela tribo é de 100 hectares, onde cerca de 90 índios, num total de 35 famílias, vivem em moradias e duas casas de pau-a-pique adaptadas e construídas por eles próprios, o dinheiro para construção das casas foram doados pela ONG Internacional Caritas, vinculadas a (CNBB) Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Assentados no Sul de Minas desde maio de 2001, os índios enfrentam diversas dificuldades para promover a sobrevivência da tribo.
Os Xucuru Kariri ainda tem uma escola na sede do assentamento, onde crianças até 5 anos aprendem a ler e escrever como os brancos, aprendem também sua língua, e as próprias índias foram capacitadas com o curso de magistério para ensinaram as crianças da tribo, a escola está implantada desde 2004. E contam também com um posto de saúde onde médicos atendem uma vez por semana e com apoio de uma índia que é agente de saúde da tribo.
A situação da tribo é marcado por lutas e resistência ao direito a terra, a tribo partiu do município de Palmeira dos Índios (AL) na década de 80, como discorre o cacique Warcanã de Aruanã, no sentido de melhores terras e para sobrevivência da tribo, primeiro permaneceram por cerca de 18 anos na região de Paulo Afonso, na Bahia, as margens do Rio São Francisco, começaram a passar imensas dificuldades, portanto a FUNAI, os assentou no Triângulo Mineiro, no município de São Gotardo permanecendo até 2001, mas a tribo não conseguiu se adaptar, com isso tiveram a alternativa de irem para Caldas e pelo fato das terras serem montanhosa, fértil e clima favorável, resolveram se adequar ao Sul de Minas. A realidade da tribo não se diferencia de diversos trabalhadores rurais, onde muitos vendem sua força de trabalho em atividades rurais para sua subsistência, mas ainda permanecem com cultura e identidade.
No dia 24 de setembro de 2011 os estudantes do curso de Serviço Social do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS-MG, realizaram uma visita à tribo Xukuru-Kariri, onde os mesmo relataram a experiência maravilhosa que tiveram o primeiro momento os estudantes ficaram um pouco desanimados, pelo fato dos índios não habitarem em ocas, como antigamente, mas perceberam que eram casas humildes e construídas com dificuldade.
O cacique logo recebeu todos os estudantes e levando-os para um local da mata onde realizam seus rituais, todos os índios inclusive crianças participam do ritual e estavam vestidos e pintados como determina sua cultura, o cacique surpreendeu os estudantes ao fazer um resgate histórico da historia dos índios no Brasil, marcado pela discriminação de sua cultura, ressaltando o pré-conceito da cultura branca e da igreja com eles, entre outros. Sendo assim os estudantes de Serviço Social ficaram impressionados com a cultura e o caráter político do cacique, e perceberam que muitas vezes o que a mídia apresenta sobre os índios não é verídico e obtendo certo apresso e respeito pelas diferentes culturas.


Contribuição: Humberta Porto

Como trabalhar a cultura indígena na escola


Conhecer o processo de construção de uma nação é uma dimensão valiosa para a escola, no sentido de oferecer oportunidade ao aluno de olhar o passado, bem como o presente, em busca de conhecimento e discernimento sobre a história do país.

Considera-se fundamental que o povo brasileiro tenha conhecimento acerca do sofrimento que as sociedades africanas e indígenas foram expostas, favorecendo uma melhor compreensão das atitudes tomadas pelos índios no decorrer da história do Brasil, conhecimento que deve ser adquirido desde o início da fase escolar, especificamente para os alunos do Ensino Fundamental e Médio.

No intuito de propiciar ao professor uma exploração abrangente em relação à história indígena nas escolas sugere-se questões que irão somar na inclusão dessa abordagem inovadora que foi imposta por uma nova lei:

• Propiciar ao aluno o conhecimento dos aspectos positivos e afirmativos dessa população em relação à cultura nacional, bem como os acontecimentos considerados negativos naquele instante;
• Fazer associações às tradições negras e indígenas usando como exemplos a música, a culinária, as artes plásticas entre outros;


• Enfatizar que os negros chegaram como escravos, porém não eram cativos naquela época;

• Informar a existência de populações e grupos com domínios de metalurgia e técnicas agrícolas, sendo que essas riquezas adquiridas foram incorporadas juntamente com a criatividade e inovação no âmbito da cultura brasileira;

• Esclarecer que apesar da violência e destruição sofridas, ocasionaram contribuições positivas e criativas que refletem até hoje na história do Brasil;

• Trabalhar com cantigas de roda;

• Identificar e conhecer os alimentos oriundos da cultura indígena, por exemplo: Informar que a mandioca é um produto originado da cultura indígena do México, sendo levada para a Europa;

• Trabalhar com a história indígena, pesquisando coisas com nomes de origens indígenas;

• Conscientizar os alunos a respeito da distribuição dos povos indígenas pelo mundo;

• Informar que vários povos indígenas são descendentes dos habitantes originais das terras ocupadas e colonizadas. Por exemplo: as etnias nativas dos Estados Unidos, os aborígenes australianos, entre outros;

• Destacar a contribuição indígena na cultura até os dias atuais.

Vale ressaltar que a cultura indígena possui um imenso universo de informações a serem estudadas e que compete ao professor realizar inserindo o conteúdo com outras matérias e não ser trabalhado como uma disciplina isolada.
Associar a cultura indígena ao conteúdo que está sendo vivenciado pelos alunos, resulta em um rico processo de aprendizagem para eles, proporcionando o contato com as tradições do país e conseqüentemente o saber da história do seu país.

Saiba Mais!

Em 10 de março de 2008, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a lei referente à inclusão obrigatória no currículo das escolas públicas e particulares de nível fundamental e médio, o ensino de história e cultura indígena brasileira.
Por Elen Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Contribuição: Humberta Porto

terça-feira, 1 de abril de 2014



A PESCA E A CAÇA TUYUCA

folha_02redimensionadoÀs vezes os Tuyuka saem para pescarias e expedições de caça em lugares mais distantes, em rios com mais peixes. Lá constroem uma tenda de cobertura de palha chamada tapiri, fazem fogo para se aquecer à noite, para cozinhar ou defumar (moquear) os peixes.
Passam dias e noites na pescaria, aproveitando também as oportunidades de caça.
Os homens tuyuka pescam muito, sendo o peixe sua principal fonte de proteína. Comem mais peixe do que caça.
Os Tuyuka usam seus instrumentos tradicionais de pesca como o puçá de tucum, matapi, cacuri, jequi, timbó e caiá. (tipos de armadilhas fixas ou móveis feitas de madeira ou talas de palmeiras), mas também usam instrumentos industrializados, como anzóis de metal e linhas de nylon.
A caça existe em maior quantidade no centro da mata, bem longe do movimento das comunidades e seu entorno. Estes locais são ricos de caça, mas também são perigosos.
É comum os caçadores saírem com espingarda, e alguns possuem cães de caça, que localizam animais no mato.
Antigamente os Tuyuka caçavam mais com arco e flecha e zarabatana. A zarabatana é um tubo longo feito com uma palmeira de mesmo nome, que tem seu miolo oco. Através do tubo são soprados pequenos dardos envenenados, que paralisam a presa atingida. É mais usada para atingir macacos e aves, no alto.
Costumam caçar animais como antas, porcos-do-mato (caititus e queixadas), macacos, tatus e outros. Dos répteis, caçam e comem lagartos, teiús e jacarés.
Jabutis e aves, como jacamins são pegos na mata e criados como animais de estimação, e por isso nunca são consumidos como alimentos.
(texto das comunidades Tuyuka de Pari Acima, Alto Rio Tiquié)

FONTE: Histórias tuyuka de rir e de assustar

Autor: Associação Escola Indígena Utapinopona Tuyuka
Editora: ISA/Foirn/Associação Escola Indígena Utapinopona Tuyuka


Acessado em: http://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/alimentacao


Por Amanda Quiossa.