quarta-feira, 14 de maio de 2014


PINTURA CORPORAL E ARTE PLUMÁRIA


Pintam o corpo para enfeitá-lo e também para defende-lo contra o sol, os insetos e os espíritos maus. E para revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende. As cores e os desenhos ‘falam’, dão recados. Boa tinta, boa pintura, bom desenho garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem. Cada tribo e cada família desenvolvem padrões de pintura fiéis ao seu modo de ser. Nos dias comuns a pintura pode ser bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostra-se requintada, cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é função feminina, a mulher pinta os  corpos dos filhos e do marido. 
Assim como a pintura corporal a arte plumária serve para enfeites: mantos, máscaras, cocares, e passam aos seus portadores elegância e majestade. Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas a pura busca da beleza.

Postado por: Dirce Maria


sábado, 10 de maio de 2014

Fico aqui pensando, o que faz neste momento nossos índios? São 19h13min horário de Brasília de Domingo e o que faz cada uma das 220 etnias e nos seus mais variados dialetos? Nós que somos considerados há séculos como civilizadores vivemos um ritual comum de não fazer nada, afinal para isso que serve o Domingo não é verdade? Aí vem o meu questionamento, o que fazem nossos nativos enquanto nós enchemos nossas mentes de poluição via TV e outros meios...
O que fazem eles?
A grande maioria das comunidades reúne para rodas de conversas, nelas o idoso tem o respeito garantido e a tradição é passada aos demais.
Perdemos o ponto norteador de nossa sociedade quando deixamos de lado nossos idosos, e ainda não acordamos para rever esta penosa situação.
Não somos humildes o bastante para imitar nossos nativos na sua filosofia linda de vida, estamos em meio a um vendaval social e mesmo assim ditamos regras e normas.
Quando não podemos entender bem usamos estórias, vejam esta: Contam que “certa vez uma linda índia, apaixonada, quis transformar em estrela. Na esperança de ver seu sonho realizado, a linda jovem lançou-se às águas misteriosas do rio, desaparecendo em seguida.
Iaci, a lua que presenciou tudo, num instante de reflexão, apiedou-se dela por ser tão linda e encantadora. Deu-lhe como prêmio a imortalização aqui na terra. Por não ser possível levá-la para o reino astral, transformou-a em vitória-régia (estrela das águas), doou-lhe um adorável perfume e espalmou-lhe as folhas para melhor refletir sua luz, nas noites de lua cheia.”

Temos muito que aprender com nossos Nativos, usam a poesia para explicar aquilo que mais temos dificuldades de conceituar, a beleza de uma pessoa pode ser imortalizada em uma flor por um encanto mágico, penso que também nós deveríamos acreditar em magia, quem sabe com magia consigamos fazer nossos jovens ver a beleza de ouvir nossos idosos, magia também seria útil para reunir jovens junto aos idosos em uma noite de domingo só para ouvir, ouvir e sonhar, e sonhando no hoje em uma perspectiva de construção de um futuro sólido e verdadeiro, a construção de um Brasil onde todas as raças terão espaço para expressar! Até lá ficarei vendo a lua na esperança de imortalizar o que sinto pelo Brasil.

Religião e Crenças Indígenas

         Cada nação indígena possui crenças e rituais religiosos diferenciados, porém as tribos acreditam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados e para estes deuses e espíritos costumam fazer  rituais, cerimônias e festas.
        O pajé é o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo e  algumas tribos chegam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais,  isso mostra que as tribos acreditam numa vida após a morte.

 

A pajelança é um ritual de cura realizado pelos índios, o qual fica na responsabilidade do pajé (curandeiro e líder espiritual da aldeia). No ritual, o pajé bebe uma espécie de bebida afrodisíaca conhecida como tafiá e evoca espíritos de ancestrais ou de animais da floresta. Esta evocação serve para pedir orientação no processo de cura do paciente,  o líder pajé muitas vezes costuma queimar algumas ervas e plantas secas para passar ou jogar suas cinzas sobre o corpo do paciente. Durante o ritual, o pajé costuma dançar euforicamente e faz mímica representando o animal que está incorporando no momento. Algumas tribos eram canibais, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil eram uma destas.  A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos, e  desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feita em rituais simbólicos.
Já a origem das manifestações religiosas destas sociedades, provavelmente confundem-se com a própria origem deste fenômeno em todos os povos primitivos. É interessante notar que, inclusive a literatura sobre o tema, é difícil encontrar a referência específica à expressão RELIGIÃO dos povos indígenas. Talvez por causa do mais divulgado conceito sobre o que seja a religião, o religar-se. Não parece que é exatamente essa a conotação do próprio indígena sobre sua própria religiosidade.
Não parece haver essa “necessidade” de religação a alguma coisa. Para o indígena, existe uma íntima ligação dele com a natureza e desta com Deus. Mesmo que muitas vezes eles façam algumas tentativas de personifica-lo, ainda assim essa ligação permanece, entende-se que a origem das manifestações religiosas destes povos é atender algumas necessidades, as quais são de explicar aspectos de seu mundo para os quais não possuía pistas objetivas ou concretas. Necessidade de justificar certas regras de comportamento que promovem o bem (no sentido de sobrevivência ) do grupo, necessidade de transmitir a cultura para as gerações futuras. Os indígenas ensinam que devemos cuidar e proteger a natureza, pois o homem e parte dela assim como ela e parte do homem. Os principais deuses indígenas são:  Amanaci (deus da chuva), Iaci (da Lua), Araci (do dia) e Coaraci (do Sol). Entre as deusas femininas, Iara, deusa das águas, é a mais conhecida.


Os mediadores entre os espíritos e membros da comunidade são os xamãs, como citamos anteriormente os chamados pajés, os quais exercem a função de sacerdotes e médicos. Para ser Pagé ou Xamã, a pessoa precisa passar por uma experiência psicológica transformadora que a leve inteiramente para dentro de si mesma. O inconsciente inteiro se abre e o Pajé mergulha nele. Certas vezes, esse homem-ou mulher-dotado de autoridade religiosa, ingere substâncias alucinógenas, com o intuito de, em rituais, atingir estados alterados de consciência, entrando assim em contato com entidades do mundo espiritual. Neste caso, os espíritos malévolos serão controlados e combatidos e os bons serão convencidos a ajudar. O texto sagrado é transmitido na forma oral, são histórias místicas que os sábios anciões contam oralmente para toda a tribo preservando assim a sabedoria e a tradição. Os mitos falam geralmente da origem e transformação do universo, da vida, das outras nações indígenas, dos fenômenos de ordem espiritual ou sobrenatural que acontecem com as pessoas na aldeia. Contam como os homens aprenderam a cultivar a terra, a fabricar os instrumentos, qual a posição de sua sociedade tribal em relação as outras, quem instituiu as suas regras sociais e ritos religiosos, o que acontece com as pessoas depois da morte, etc.
Atualmente, algumas comunidades indígenas utilizam a escrita. Com o passar dos anos a relação da religião/ sociedade indígena vem sofrendo um tipo de extermínio que tem acabado com a sua cultura, costumes, hábitos e crenças,  o qual é conhecido por etnocídio, o qual refere-se não apenas a destruição física, mas, principalmente, à destruição da cultura de um povo, do seu modo de vida, dos seus hábitos, das suas crenças, da sua língua, sua tecnologia, dos seus costumes. Isso se manifesta principalmente no fato de não se aceitar o índio como tal, constrangendo-o a transformar-se em brasileiro.
Hoje em dia pode-se constatar que o mais importante para estes indígenas é a preservação da sua cultura, origem e crenças, pois os mesmo pretendem continuar pertencendo a um grupo específico com seus próprios costumes e tradições.



Texto elaborado através de buscas e leituras de textos, artigos sobre religião e crenças indígenas.
                                                                                                           Colaboradora -  Rubiléia