UNIVERSIDADE FEDERAL
DE JUIZ DE FORA
CEAD - HISTÓRIA E CULTURAS DOS POVOS INDÍGENAS - 2013
Conhecendo os povos indígenas do Brasil contemporâneo
Professor Luiz Henrique Eiterer
CEAD - HISTÓRIA E CULTURAS DOS POVOS INDÍGENAS - 2013
Conhecendo os povos indígenas do Brasil contemporâneo
Professor Luiz Henrique Eiterer
MAXAKALI
Aluna: Marta Prata
Soares
Vivem em Minas Gerais
se autodenominam tikmu'ún,
família linguística Maxakali,
pertencem ao tronco linguístico Macro-Jê.
População em 2010: 1500.
família linguística Maxakali,
pertencem ao tronco linguístico Macro-Jê.
População em 2010: 1500.
Sucessivas administrações autoritárias
refletem hoje nos graves problemas de embriaguez, desajustes sociais e
marginalização econômica. São descritos como preguiçosos, sujos, ladrões e
bêbados, e excluídos socialmente da estrutura regional.
Os grupos Maxakalí ocupavam entre o rio Pardo e o Doce, ao sudeste da Bahia, o nordeste de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo. Hoje vivem em duas áreas indígenas - Água Boa e Pradinho no município de Bertópolis, cabeceiras do rio Umburanas, vale do Mucuri, no nordeste de Minas Gerais.
Os grupos Maxakalí ocupavam entre o rio Pardo e o Doce, ao sudeste da Bahia, o nordeste de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo. Hoje vivem em duas áreas indígenas - Água Boa e Pradinho no município de Bertópolis, cabeceiras do rio Umburanas, vale do Mucuri, no nordeste de Minas Gerais.
Com ocupação de pecuaristas diminuiu a
populacional dos Maxakalí, devido à redução de sua qualidade de vida e aos
conflitos com os fazendeiros da região, o que pode ser identificado pela baixa
longevidade dos membros desse grupo e pela alta taxa de mortalidade infantil,
particularmente em decorrência da desidratação, disenteria, infecções e anemia.
No caso dos adultos, pode-se acrescer a
esses fatores a violência e o número elevado de assassinatos decorrentes dos
conflitos externos e internos agravados pelas condições impostas pela sociedade
nacional. As primeiras notícias referentes a um subgrupo Maxakalí datam do
século XVI. Passaram historicamente por inúmeras intempéries políticas desde a
coroa portuguesa até "contratos criminosos de exploração das terras
indígenas", para corromper as lideranças, instalar um clima de constante
revolta entre os índios; beneficiar os posseiros e invasores das terras
indígenas e transformar os índios em marginais e meros espectadores do
desenvolvimento implantado em suas terras pelos fazendeiros. No topo
da hierarquia social desta região pobre de Minas, situam-se os proprietários
rurais. Os índios são classificados abaixo da categoria dos trabalhadores
rurais, embora trabalhem eventualmente como assalariados para os fazendeiros.
Apesar de todas as compulsões sociais,
políticas e econômicas e dos desarranjos sociais que vivenciam, os Maxakalí
caracterizam-se pela extraordinária capacidade de preservar os traços mais
marcantes de sua organização social e expressões culturais.
Fonte pesquisada até aqui:
institutosocioambiental.org.br
Alguns relatos de oportunidades de
aprendizados que tive sobre o povo Maxakali (Marta Prata):
Meu primeiro aprendizado sobre os
Maxakali foi em 2011, numa mostra fotográfica no Museu do Índio de Uberlândia:
IMAGEMCORPOVERDADE, CANTO BRILHO NO LIMITE DO PAÍS FÉRTIL.
Admirei
muito as cores alegres dos vestidos das Maxakali, nesta exposição eu adquiri um
colar feito com fibras de embaúba.
Em 2012, na programação do FORUMDOC. MG
5ªmostra itinerante do filme documentário e etnográfico, assisti na UFU a um
vídeo deste povo, e filmado pelos próprios Maxakali: Caçando Capivara.
Kuxakuk Xak Brasil – 2009 cor 57´
Caçadores Tikmuún saem com seus cães e
espíritos aliados em busca da capivara. Cantos, olhares e eventos. Intensidades
que se agitam sob um plano de aparente silêncio.
(Interessante que
os Maxakali brincam teatralizando com alegria no filme, pois encenam matar a
capivara, mas percebemos que o bicho já estava morto. Marta Prata).
Participei do
encontro “Questão indígena e educação: perspectiva na aplicação da lei
11.645/08”, Museu do Índio e SME em Uberlândia, 22 de junho de 2013.
Participando da oficina: “Escuta e
práticas musicais entre os povos indígenas: reflexões sobre forma de
aproximações culturais”
Ministrada pela Prof.ª Rosângela Tugny –
UFMG.
Fiquei a partir deste dia “encantada”
com a cultura milenar dos Maxakali.
Para os Maxacali, a música é o eixo de
suas vidas, portanto está presente em todos os momentos de seu dia, é a marca
mais profunda da sociedade e do indivíduo.
Eles aprendem os cantos dos animais para
adquirir a experiência de vida deles, ver o mundo com seus olhos, pois os
animais são a sua fonte de conhecimento.
Cada canto de pássaro é
único e em algum momento de sua letra, cita uma determinada característica que
só esse pássaro tem. Daí quando eles o veem, identificam sua espécie através
dos detalhes da letra das músicas.
A Rosangela Tugny conviveu muito com os
Maxakali, e ficava intrigada (curiosa) pelo motivo que mantinham os rituais de
cantos, pois já escutam as musicas de rádio...
Os Maxakali possuem desenhos de inúmeras
espécies, registrados em mastro de madeira usado nesta tradição cantada. Cantam
pra todos, inclusive pra diversas espécies de abelhas que nem existem mais.
Os cantos são vistos como remédios para curar os doentes (da mesma
forma que vamos à farmácia comprar um remédio para alguém doente, eles vão à
casa de música buscar uma canção) e eles os oferecem para os espíritos.
Eles não gostam muito da
simetria/perfeição, por mais que pareçam iguais suas cestarias, trançados,
canções, pinturas e etc., sempre há algo que os difere, é o que dá o brilho.
Cada losango de um grafismo indígena é um losango diferente; cada mandioca é um
tipo de mandioca diferente; nada nunca é igual, cada um é único e por isso devemos
respeitar sua singularidade.
Rosangela Tugny viaja com seu esposo e
um grupo de Maxakali, estão passeando no zoológico do Rio de Janeiro... e é aí
que ela entende melhor os rituais milenares de cantos.
De repente, o grupo avista antas, (os
Maxakali nunca tinham visto anta ao vivo antes, somente nos desenhos), mas
mesmo assim, imediatamente correm em direção a elas cantando a voz das antas.
As antas, para espanto do casal Tugny
tentam sair respondendo o canto, enfiam as patas na cerca na tentativa de subir
e encontrar os Maxakali. Por um tempo os dois grupos dialogam.
Eu pergunto: Será uma ciência cantada? A
ilustração científica nossa é tão exata?
Observação sobre o
alcoolismo no grupo: eles diziam pra Rosangela que não foram eles que
inventaram a pinga. (Inclusive existe trafico de pinga, e com um preço
exorbitante) O indígena não pode comprar legalmente.
Durante a pesquisa,
se a Rosangela conversava com algum que havia bebido, eles diziam: Não fale
comigo agora, estou igual branco, eu bebi. É perigoso eu virar onça.
Já existem
publicações de Rosangela Tugny destas pesquisas, são as sonoridades dos cantos
de alguns animais.
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