sábado, 29 de março de 2014





Contribuição sobre diversidade cultural


Aprofundando em leituras sobre diversidade cultural me deparei com um exemplar da Revista História que faz referência a Ailton Krenak e seu posicionamento sobre este impasse: “... Outro estereótipo recorrente é o do “índio puro” maculado pelo contato com o europeu. Esta idéia pressupõe que os índios eram todos iguais e que não entravam em contato com outros grupos. Na verdade, o que havia era uma enorme diversidade de povos de contato, transformando-se historicamente por meio de trocas e atritos. Não eram sociedades estáticas, mas povos preparados para um contato.


Ailton Krenak, atual liderança indígena, reforça esta perspectiva ao comentar as narrativas nativas acerca da chegada européia: ’Em cada uma dessas narrativas antigas já havia profecias sobre a vinda, a chegada dos brancos. Assim, algumas dessas narrativas, que datam de 2, 3, 4 mil anos atrás, já falavam da vinda desse outro irmão, sempre identificando ele como alguém que saiu do nosso convívio e nós não sabíamos mais onde estava. Ele foi para muito longe e ficou vivendo por muitas e muitas gerações longe da gente. Ele aprendeu outra tecnologia, desenvolveu outras linguagens e aprendeu a se organizar de maneira diferente de nós. E nas narrativas antigas ele aparecia de novo como um sujeito que estava voltando para casa, mas não se sabia mais o que ele pensava, nem o que ele estava buscando’.


Um outro irmão, e não um deus e o que houve foi um contato inédito de sociedades e culturas diferentes”.


EUNÍCIA FERNANDES É PROFESSORA DA PUC – RIO E ORGANIZADORA DE A COMPANHIA DE JESUS NA AMÉRICA (EDITORA PUC–RIO / CONTRA CAPA, 2013).


REVISTA DE HISTÓRIA. P.29/ ANO 9/ EDIÇÃO ESPECIAL Nº100 /JANEIRO DE 2014.


Um abraço,Glícia Maria Sant’Ana Cronemberger

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