Fico
aqui pensando, o que faz neste momento nossos índios? São 19h13min horário de Brasília
e o que faz cada uma das 220 etnias e nos seus mais variados dialetos? Nós que
somos considerados há séculos como civilizadores vivemos um ritual comum de não
fazer nada, afinal para isso que serve o Domingo não é verdade? Aí vem o meu
questionamento, o que fazem nossos nativos enquanto nós enchemos nossas mentes
de poluição via TV e outros meios...
O
que fazem eles?
A
grande maioria das comunidades reúne para rodas de conversas, nelas o idoso tem
o respeito garantido e a tradição é passada aos demais.
Perdemos
o ponto norteador de nossa sociedade quando deixamos de lado nossos idosos, e
ainda não acordamos para rever esta penosa situação.
Não
somos humildes o bastante para imitar nossos nativos na sua filosofia linda de
vida, estamos em meio a um vendaval social e mesmo assim ditamos regras e
normas.
Quando não podemos entender bem usamos
estórias, vejam esta: Contam que “certa vez uma linda
índia, apaixonada, quis transformar em estrela. Na esperança de ver seu
sonho realizado, a linda jovem lançou-se às águas misteriosas do rio,
desaparecendo em seguida.
Iaci, a lua que presenciou
tudo, num instante de reflexão, apiedou-se dela por ser tão linda e
encantadora. Deu-lhe como prêmio a imortalização aqui na terra. Por não ser
possível levá-la para o reino astral, transformou-a em vitória-régia (estrela
das águas), doou-lhe um adorável perfume e espalmou-lhe as folhas para melhor
refletir sua luz, nas noites de lua cheia.”
Temos muito que aprender
com nossos Nativos, usam a poesia para explicar aquilo que mais temos
dificuldades de conceituar, a beleza de uma pessoa pode ser imortalizada em uma
flor por um encanto mágico, penso que também nós deveríamos acreditar em magia,
quem sabe com magia consigamos fazer nossos jovens ver a beleza de ouvir nossos
idosos, magia também seria útil para reunir jovens junto aos idosos em uma noite
de domingo só para ouvir, ouvir e sonhar, e sonhando no hoje em uma perspectiva
de construção de um futuro sólido e verdadeiro, a construção de um Brasil onde
todas as raças terão espaço para expressar! Até lá ficarei vendo a lua na
esperança de imortalizar o que sinto pelo Brasil.
Junio
Carmo do Rio Claro
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