domingo, 30 de março de 2014

Fico aqui pensando, o que faz neste momento nossos índios? São 19h13min horário de Brasília e o que faz cada uma das 220 etnias e nos seus mais variados dialetos? Nós que somos considerados há séculos como civilizadores vivemos um ritual comum de não fazer nada, afinal para isso que serve o Domingo não é verdade? Aí vem o meu questionamento, o que fazem nossos nativos enquanto nós enchemos nossas mentes de poluição via TV e outros meios...
O que fazem eles?
A grande maioria das comunidades reúne para rodas de conversas, nelas o idoso tem o respeito garantido e a tradição é passada aos demais.
Perdemos o ponto norteador de nossa sociedade quando deixamos de lado nossos idosos, e ainda não acordamos para rever esta penosa situação.
Não somos humildes o bastante para imitar nossos nativos na sua filosofia linda de vida, estamos em meio a um vendaval social e mesmo assim ditamos regras e normas.
Quando não podemos entender bem usamos estórias, vejam esta: Contam que “certa vez uma linda índia, apaixonada, quis transformar em estrela. Na esperança de ver seu sonho realizado, a linda jovem lançou-se às águas misteriosas do rio, desaparecendo em seguida.
Iaci, a lua que presenciou tudo, num instante de reflexão, apiedou-se dela por ser tão linda e encantadora. Deu-lhe como prêmio a imortalização aqui na terra. Por não ser possível levá-la para o reino astral, transformou-a em vitória-régia (estrela das águas), doou-lhe um adorável perfume e espalmou-lhe as folhas para melhor refletir sua luz, nas noites de lua cheia.”

Temos muito que aprender com nossos Nativos, usam a poesia para explicar aquilo que mais temos dificuldades de conceituar, a beleza de uma pessoa pode ser imortalizada em uma flor por um encanto mágico, penso que também nós deveríamos acreditar em magia, quem sabe com magia consigamos fazer nossos jovens ver a beleza de ouvir nossos idosos, magia também seria útil para reunir jovens junto aos idosos em uma noite de domingo só para ouvir, ouvir e sonhar, e sonhando no hoje em uma perspectiva de construção de um futuro sólido e verdadeiro, a construção de um Brasil onde todas as raças terão espaço para expressar! Até lá ficarei vendo a lua na esperança de imortalizar o que sinto pelo Brasil.
Junio 
Carmo do Rio Claro

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